Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para vistoriar imóveis.
Moradores da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, sentiram tremores no mesmo horário que um terremoto de magnitude 7,3 atingiu a região próxima ao deserto do Atacama, no norte do Chile, perto da fronteira com Bolívia e Argentina. Segundo a Defesa Civil Estadual e o Centro de Sismologia, os abalos sísmicos sentidos pelos moradores foram reflexos do fenômeno.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou que recebeu relatos de tremores de baixa densidade em Santos e São Vicente. Já o Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado em Praia Grande.
Em nota, a corporação informou que três viaturas foram para o bairro Tupi vistoriar imóveis de moradores que sentiram os tremores. Apesar disso, nenhuma avaria foi constatada nas edificações.
O sismólogo Bruno Collaço afirmou que o Centro de Sismologia, da Universidade de São Paulo (USP), recebeu dezenas de relatos de tremores de terra na noite de quinta-feira (18). “Na verdade, trata-se de um sísmico que ocorreu no norte do Chile, perto da divisa com a Argentina”, explicou ele, em vídeo enviado ao g1.
Segundo o diretor de comunicação da Defesa Civil Estadual, Roberto Farina Filho, moradores da Baixada Santista relataram terem sentido abalos sísmicos por meio de movimentos de vai e vem de objetos dentro das casas e algumas pessoas chegaram a deixar os prédios.
“A gente sabe que em Santos tem prédios próximos da orla que são inclinados devido à faixa arenosa, então as pessoas acabando fincando um pouco assustadas. Mas, a Defesa Civil esteve em vários pontos da Baixada Santista orientando as pessoas e informando que era só um susto ocasionado por uma questão que aconteceu no Chile”, explicou, em entrevista à TV Tribuna.
No entanto, o profissional explicou que não houve qualquer risco à população. “Não compromete infraestrutura dos edifícios e edificações, é só mesmo esse movimento pendular seja do lustre ou de uma planta, que é sentido de uma forma bem baixa”, disse.
Isso é normal?
De acordo com Roberto Farina Filho, não é comum que o Estado de São Paulo sinta reflexos de terremotos no Chile, por isso a população estranha. “Tem que acontecer um conjunto de fatores para que essa onda sísmica chegue até o Estado de São Paulo”, explicou.
Um desses fatores é o horário. Na quinta-feira (28), o abalo ocorreu durante a noite, quando a maioria das pessoas estava em casa e, por isso prestaram mais atenção.
Bruno Collaço explicou que os tremores daquela região podem ser sentidos em São Paulo dependendo da magnitude e profundidade. “São Paulo está numa bacia sedimentar que tem a característica de amplificar as ondas sísmicas”, descreveu o sismólogo.
Terremoto no Chile
Um terremoto de maginitude 7,3 atingiu o norte do Chile por volta das 22h50 (horário de Brasília) desta quinta-feira (18). O epicentro do tremor foi na região de Antofagasta, próxima ao deserto do Atacama, na fronteira com Bolívia e Argentina.
Segundo o serviço geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor ocorreu a 126 km de profundidade.
O epicentro foi localizado a 20 km ao sul da cidade de San Pedro de Atacama, na região de Antofagasta, que fica a 1.630 km da capital Santiago.
O serviço hidrográfico chileno descartou alerta de tsunami, afirmando que “o tremor não reúne as condições necessárias para gerar ondas gigantes na costa do país”.