Um grupo de psiquiatras liderado por Carmita Abdo, professora da Universidade de São Paulo (USP), lança, com o apoio do Laboratório Cristália, o estudo “O impacto da tecnologia na saúde mental”, que mapeou 13 transtornos mentais ocasionados pelo uso abusivo da tecnologia.
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O estudo faz parte da campanha #cancele o estigma, não as pessoas, criada há três anos, logo após a pandemia, para abordar de forma clara para o grande público temas críticos relacionados à saúde mental, buscando a conscientização e lutando contra o preconceito.
De acordo com levantamento da Eletronics HUB, website especializado em informações sobre tecnologia, das nove horas por dia que os brasileiros gastam em frente às telas, quatro são destinadas a navegar em plataformas de mídias sociais como Instagram e Facebook. O vício em redes sociais já produziu cibercomportamentos como o FOMO (Fear of Missing Out), que pode ser traduzido como o medo de não conseguir acompanhar as atualizações. Outro exemplo é a Depressão do Facebook, causada por interações sociais (ou a falta delas) por meio das redes. “Nunca buscamos tanta felicidade e nunca produzimos tanta tristeza. É quase uma pandemia silenciosa”, ressalta Carmita.
Milton Prado, diretor comercial de Varejo do Laboratório Cristália, explica que a empresa decidiu apoiar a campanha como parte de suas ações em prol da saúde mental. “Cancelar o estigma em torno dos transtornos mentais é vital para promover o bem-estar, pois o estigma pode desencorajar as pessoas de buscar ajuda, levando ao agravamento dos sintomas e ao sofrimento desnecessário. Além disso, é importante para garantir o acesso adequado aos tratamentos necessários, pois o estigma pode impedir as pessoas de acessarem recursos e serviços de saúde mental, resultando até mesmo em consequências graves, como o suicídio”, ele destaca.
Os 13 comportamentos mapeados pelo estudo
Conheça os 13 comportamentos mapeados pelo estudo “O impacto da Tecnologia na Saúde Mental” e participe da campanha de conscientização #cancele o estigma, não as pessoas:
GAMING DISORDER: condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que afeta indivíduos que excedem o uso dos games, sejam estes pelo celular, computador ou videogame.
FOMO (FEAR OF MISSING OUT): medo de não conseguir acompanhar as atualizações.
JOMO (JOY OF MISSING OUT): prazer e contentamento em desconectar-se das redes sociais e atividades online, buscando momentos de paz e tranquilidade.
NOMOFOBIA (NO MOBILE FOBIA): refere-se ao medo extremo ou ansiedade de ficar sem o celular ou estar desconectado da tecnologia.
SELFITIS: refere-se à obsessão de tirar selfies constantemente e compartilhá-las nas redes sociais, sendo considerado um comportamento compulsivo.pessoas em favor do uso do celular, prejudicando a interação social presencial.
VÍCIO EM TECNOLOGIA OU DEPENDÊNCIA DIGITAL: caracteriza-se pelo uso excessivo e compulsivo de dispositivos eletrônicos e tecnologia, afetando negativamente a vida diária e a saúde mental.
SÍNDROME DO TEXTO FANTASMA: refere-se à angústia de não receber resposta após enviar uma mensagem de texto ou ser ignorado, gerando ansiedade e insegurança nas relações virtuais.
CYBERCHONDRIA: é a tendência de pesquisar sintomas de doenças na internet, levando a uma interpretação exagerada e ansiosa dos resultados.
FADIGA DE DECISÃO DIGITAL:descreve o cansaço e a sobrecarga mental causada por ter que tomar constantes decisões relacionadas ao uso da tecnologia e às interações online.
NÁUSEA DIGITAL: desorientação/vertigem causada pelo excesso de interação com ambientes digitais.
TOQUE FANTASMA: sensação de ouvir/sentir toques ou vibrações de celular quando o mesmo não está presente ou no silencioso.
DEPRESSÃO DO FACEBOOK: depressão causada por interações sociais (ou a falta) por meio das redes.