Apartamentos vão abrigar moradores atingidos pelas chuvas de fevereiro; conclusão de empreendimento é prevista para dezembro
Um prédio por semana. Essa é a estimativa para a construção das moradias sustentáveis no bairro Baleia Verde, em São Sebastião. Os apartamentos, cuja obra é realizada pelo Governo de São Paulo, serão destinados a centenas de famílias afetadas pelas chuvas extremas que atingiram o Litoral Norte em fevereiro.
A velocidade muito superior às construções convencionais é possível por conta da fabricação industrial das placas que vão compor as moradias, que saem da fábrica prontas para ser montadas e habitadas em um curto espaço de tempo. Cada chapa é composta por sete camadas de materiais com propriedades variadas.
Chapa cimentícia é a última camada na parte externa da parede – uma espécie de reboco que permite que a habitação seja tratada, pintada, reformada ou ampliada.
– Membrana hidrófuga permite que o vapor passe por ela, mas impede a entrada de água. Ou seja: envelopa o prédio de forma a deixá-lo impermeável, mas permitindo mais circulação do ar no interior das habitações.
– Chapa de material compósito resistente de características estruturais e responsável pelo contraventamento, que é a capacidade de solidez da edificação e de resistência ao vento. Segundo Fernandes, é este material o que garante que se façam prédios de até cinco andares com essa estrutura.
– Peças de madeira Pinus tratada, que formam a estrutura da parede e garantem a durabilidade da edificação.
– Chapas OSB reforçam as paredes externas e internas.
– Duas chapas de gesso acartonado dão acabamento final no interior das moradias e podem receber revestimento de pintura e cerâmica. O gesso tem alta resistência ao fogo.
As paredes externas têm 20 cm de espessura, e as internas, 16 cm. Todos os painéis são produzidos com elétrica, hidráulica e esquadrias – molduras de portas e janelas – embutidas. Isso quer dizer que ligações de água e instalações elétrica e de telefonia já estão fixadas na estrutura interna das paredes. Os componentes metálicos da construção são tratados para resistir à maresia.
As estruturas são fabricadas pela empresa Tecverde em modelo industrial e por isso sua velocidade de construção é mais rápida do que um edifício convencional. É o que explica o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco: “Na quarta-feira levantamos um apartamento inteiro do térreo e, até o final desta semana, chegaremos até o final do edifício. A previsão é que as primeiras 200 unidades sejam entregues às pessoas até outubro”, afirma.